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Remédio infantil: cuidados com a medicação de crianças

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27/10/2023
6 min. de leitura

Cuidar da saúde de uma criança, algumas vezes, pode se tornar um desafio. A boa notícia é que a indústria de medicamentos está em contante avanço e há quase sempre um fármaco ideal para amenizar sintomas e enfermidades. No entanto, é fundamental ter cuidado-extra ao administrar um remédio infantil.

As crianças têm uma fisiologia muito diferente da dos adultos e, por isso, só devem ser medicadas com remédios apropriados para a população pediátrica e seguindo rigorosamente as orientações médicas. Para que você entenda melhor a importância desses cuidados, preparamos este texto.

Continue a leitura para conferir as diferenças na resposta infantil a medicamentos, além de conferir dicas para aumentar a segurança durante a administração de remédios para crianças!

Diferenças entre crianças e adultos

No artigo “How children’s responses do drugs differ from adults” (em tradução livre: “Como as respostas das crianças às drogas diferem das dos adultos”), que nasceu do trabalho do médico pediatra Terence Stephenson, a frase introdutória é clara: “as crianças não são adultos pequenos”.

Em linhas gerais, o que o especialista pretende com essa afirmação é mostrar que a administração de remédios para crianças não é tão simples, não basta apenas reduzir a dose indicada para um adulto. Há muitos fatores que fazem com que a farmacodinâmica (ou seja, a ação do medicamento) seja muito diferente na população pediátrica.

Segundo o estudo, uma mesma dosagem de medicamento por quilo resulta em efeitos diferentes dependendo do estágio do desenvolvimento fisiológico. Isso porque a concentração circulante é afetada pela capacidade de absorção e depuração do metabolismo, que é bastante diferente em cada fase da infância e, sobretudo, na comparação com adultos.

O especialista cita como exemplos de fatores que afetam essa dinâmica:

  • absorção intramuscular mais rápida na infância;
  • maior taxa de água corporal versus lipídios;
  • ligação limitada das proteínas;
  • maior proporção fígado/peso corporal;
  • maior permeabilidade da barreira hematoencefálica e maior proporção cérebro/peso corporal;
  • enzimas imaturas nas primeiras semanas de vida;
  • função renal em desenvolvimento.

É preciso ter em mente que até mesmo a resposta do organismo aos hospedeiros é diferente, em caso de infecções. Basta pensar em uma gripe: para uma bebê pequeno, os sintomas podem ser bem mais dramáticos do que para um adulto, já que há diferenças fisiológicas decisivas. O mesmo vale para a magnitude da resposta e dos efeitos adversos de um medicamento. Além disso, o especialista fala sobre a dificuldade em medir pequenos efeitos nas populações pediátricas, já que as crianças não conseguem ser objetivas como os adultos em pesquisas, por exemplo. Desse modo, há uma cautela muito grande na recomendação de posologias e na circulação de fármacos especialmente direcionados ao público infantil.

Quais são os cuidados com o remédio infantil?

Depois do que vimos acima, está claro que a administração de medicamentos em crianças deve ser cuidadosa, não é? O primeiro ponto de atenção é sempre utilizar remédio infantil, isto é, aqueles em que há indicação expressa que o uso pediátrico é permitido.

Além disso, veja algumas dicas para que o uso dos medicamentos seja seguro!

Consulte um profissional de saúde

Antes de dar qualquer medicamento a uma criança, é fundamental consultar um pediatra. Os profissionais de saúde são capacitados para oferecer orientações precisas sobre o tratamento, considerando a idade, peso e condição de saúde da criança.

Tudo isso após a avaliação dos sintomas e o diagnóstico correto. Uma febre em bebês, por exemplo, pode ser indicativa de muitas condições diferentes e, portanto, com tratamentos (e indicações farmacológicas) específicas. Uma gripe pode exigir um simples repouso e hidratação, ou pode levar à indicação de remédio infantil para tosse, e assim por diante.

Leia a bula

A bula contém informações fundamentais, como dosagem recomendada, contraindicações e possíveis efeitos colaterais. Compreender essas informações é essencial para garantir o uso seguro do medicamento e até mesmo para ter mais tranquilidade sobre reações comuns.

Por exemplo, um remédio infantil para diarreia, como o Floratil Pediátrico, pode fazer com que as fezes tenham um leve odor de fermento, sem que haja qualquer efeito nocivo.

Dose na medida certa

Utilize instrumentos de medição apropriados para evitar erros. Muitos medicamentos já vêm com seringas dosadoras ou copos medidores. A administração de uma dose incorreta pode ter complicações importantes. Além disso, é claro, você deve seguir rigorosamente as instruções médicas e as do fabricante.

Por exemplo, não é seguro pensar sempre na máxima “1 gota por quilo”. Por mais que essa posologia seja recomendada em alguns remédios infantis, ela definitivamente não é uma regra.

Cada fármaco tem suas especificidades e, mesmo entre aqueles que têm o mesmo princípio ativo, a posologia é alterada de acordo com a concentração do ingrediente por volume da solução (por exemplo, 25 mg/ml, 50 mg/ml, 100 mg/ml etc.).

Outro ponto de atenção em relação às doses tem a ver com o uso de antibióticos. O tratamento de infecções tem um esquema posológico rígido: é preciso não apenas administrar a quantidade adequada como seguir atentamente os horários e a duração indicada para o tratamento, evitando a complicação da doença devido ao desenvolvimento de bactérias resistentes.

Explique o que está fazendo para a criança

Para cuidar da melhor forma da saúde da criança, vale a pena ter um diálogo aberto sempre. Então, comunique à criança o motivo da administração do medicamento. Um remédio infantil para dor de estômago, por exemplo, pode ser amargo, e é importante avisar à criança, explicando que é um pouco desagradável, mas necessário.

Tente explicar o processo de forma compreensível e tranquilizadora para reduzir o medo. Forçar os pequenos a tomar remédios sem conversar antes pode gerar uma resistência duradoura a esse tipo de situação, fazendo com que toda administração de medicamentos seja estressante para todos.

Tenha atenção a reações e efeito colaterais

Durante o tratamento, observe a criança em busca de quaisquer sintomas incomuns, como mudanças no comportamento ou sinais de efeitos colaterais. Eles podem incluir náusea, vômitos, erupções cutâneas, diarreia, sonolência excessiva ou agitação, entre outros.

Mesmo que não haja nenhum sintoma tão evidente, aproveite momentos de autocuidado entre mães e bebês (ou dos pais também, é claro) para observar pequenos sinais de reações, como manchas na pele, irritação e inchaços. Isso é particularmente importante para identificar alergias a medicamentos.

Mantenha os medicamentos fora do alcance das crianças

Por fim, lembre-se de sempre manter os remédios (não apenas os infantis) fora do alcance, em armários ou prateleiras altas. As crianças são naturalmente curiosas e podem ingerir acidentalmente medicamentos inadequados para uso pediátrico ou doses excessivas.

O uso de medicamentos exige responsabilidade

Diante desta leitura, você conheceu os principais cuidados na hora de administrar um remédio infantil. Eles existem porque todo medicamento exige responsabilidade e cautela, sobretudo quando são utilizados em crianças, com uma fisiologia mais sensível à ação e aos efeitos colaterais de medicamentos.

A dica final para não errar no tratamento é manter um registro das doses administradas e do horário em que foram administradas. Isso ajudará a evitar doses duplicadas e a garantir que as recomendações médicas sejam seguidas corretamente.

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