Considerados um marco para a saúde pública brasileira, os medicamentos genéricos são regulamentados no país desde 1999, quando o governo federal criou a Lei nº 9.787. Apesar de serem muito utilizados pelos consumidores, os genéricos ainda são motivo de muitas dúvidas e questionamentos.
Saiba o que são os medicamentos genéricos, entenda as diferenças que eles apresentam em relação aos medicamentos de referência e tire todas as suas dúvidas sobre esses produtos.
Você sabia que, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Exame 2023, 35% dos medicamentos vendidos no Brasil são genéricos? Esses medicamentos têm as mesmas características de um medicamento de marca, mas não têm nome comercial. Por isso, eles são chamados de genéricos e são vendidos pelo nome do princípio ativo.
O que acontece é que, quando um medicamento novo é lançado no mercado, o laboratório responsável tem até 20 anos para comercializá-lo de forma exclusiva, como um reconhecimento pela inovação na área farmacêutica. Por ser um medicamento inovador, com qualidade registrada junto ao Ministério da Saúde, ele é chamado de medicamento de referência.
Após esses 20 anos, todas as informações sobre esse medicamento se tornam públicas e outras empresas podem começar a produzi-lo com base no medicamento de referência. Esse, então, é chamado de medicamento genérico, identificado pela embalagem que sempre traz escrito: “Medicamento Genérico – Lei 9.787/99” e uma tarja amarela com a letra G, de genérico. O medicamento genérico só pode se diferenciar do medicamento de referência em relação a características como forma e tamanho do produto, embalagem, prazo de validade, veículos e substâncias excipientes.
Os medicamentos genéricos são confiáveis e seguros, pois apresentam o mesmo princípio ativo, nas mesmas doses e forma farmacêutica que o medicamento de referência. Também são administrados pela mesma via e têm a mesma indicação terapêutica, produzindo reação idêntica no organismo.
De acordo com o Ministério da Saúde e a Anvisa, os medicamentos genéricos, assim como os de referência, passam por testes rigorosos de qualidade, segurança e eficácia antes de terem seu registro e comercialização autorizados. Por isso, os genéricos são tão confiáveis e seguros quanto os medicamentos de marca.
Os genéricos costumam ser mais baratos que os medicamentos de marca. Isso acontece porque a fabricação do genérico utiliza o medicamento de referência como modelo. Assim, não é necessário repetir os testes clínicos que já foram comprovados, e o fabricante não precisa investir em pesquisa e desenvolvimento, aproveitando o investimento que já foi feito antes pelo fabricante do medicamento de marca.
Os fabricantes dos genéricos também não investem em propaganda e marketing, o que ajuda a reduzir o custo dos produtos. Além disso, a fabricação do mesmo produto por diferentes empresas aumenta a concorrência, o que diminui o preço de todas as opções, inclusive do medicamento de marca.
Dessa forma, os genéricos são muito mais baratos, permitindo que a população tenha maior acesso a medicamentos de qualidade e possa seguir os tratamentos adequados, conforme orientação médica.
Como são considerados equivalentes terapêuticos, produzindo os mesmos efeitos no organismo, o medicamento genérico e o de marca podem ser intercalados ou substituídos sem qualquer risco ou prejuízo ao tratamento.
No entanto, é importante consultar um médico ou farmacêutico antes de fazer qualquer troca ou alteração na sua medicação. Procure um profissional de sua confiança para receber orientações específicas com base nas suas necessidades e no seu tratamento.
O controle na venda dos genéricos acontece da mesma forma que ocorre para os medicamentos de marca. Por isso, se a venda do remédio de marca é liberada sem prescrição, a do genérico também deve ser. Mas se a comercialização do medicamento é controlada, também será necessário apresentar a prescrição médica para adquirir o genérico.
Com a mesma qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos de referência, os genéricos são mais acessíveis e facilitam muito na hora de cuidar da saúde. Mas, como em qualquer tratamento, é preciso tomar alguns cuidados!
Lembre-se de não se automedicar e de procurar um médico para receber orientações quanto à medicação e ao tratamento adequado para o seu caso. Siga sempre as recomendações médicas e consulte o especialista caso surjam efeitos indesejados ou caso os sintomas não desapareçam.
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