A cada ano, milhares de bebês nascem prematuros em todo o mundo, e cada um deles representa uma luta precoce pela vida. O nascimento prematuro é caracterizado pela chegada ao mundo antes das 37 semanas de gestação e exige atenção redobrada para o bebê e sua família.
Bebês prematuros, especialmente os que nascem antes das 34 semanas, necessitam de cuidados hospitalares mais complexos, incluindo oxigenoterapia e, em muitos casos, ventilação assistida para auxiliar na respiração. "Hoje, felizmente, a maioria dos bebês que nascem com menos de um quilo fica sem sequelas. Ainda assim, os riscos iniciais podem ser graves", afirma o pediatra neonatologista Davi de Paula, professor do curso de Medicina da Universidade Feevale,.
Para evitar um parto prematuro, De Paula enfatiza a necessidade de um acompanhamento pré-natal rigoroso. Ele recomenda que as gestantes realizem pelo menos sete consultas pré-natais e destaca alguns fatores que podem desencadear o trabalho de parto antes do tempo, como infecções, pressão alta, diabetes gestacional e o uso de drogas. Caso o risco de parto prematuro seja detectado, a gestante pode precisar de internação e, em alguns casos, de um tratamento com corticoides, que ajudam a amadurecer o pulmão do bebê antes do nascimento.
A presença dos pais é essencial nas unidades de terapia intensiva neonatal. Além do suporte emocional de ambos, a mãe pode contribuir com a alimentação por meio do leite materno, que, quando necessário, é administrado por sonda. “Hoje em dia, cada vez mais se sabe a importância do afeto e do carinho no desenvolvimento físico e mental do bebê,” observa De Paula, ressaltando o esforço para humanizar as unidades neonatais e criar um ambiente que simule, tanto quanto possível, o ventre materno.
A prematuridade é uma das principais causas de internação de recém-nascidos, de acordo com o médico. Ele explica a importância de a sociedade entender que, mesmo com todos os cuidados adequados, a prematuridade pode acontecer, e isso não é culpa dos pais. "Toda a comunidade tem que estar ciente da importância desse afeto e desses cuidados", destaca. Para além dos avanços médicos, o envolvimento e o vínculo afetivo da família são elementos-chave no processo de recuperação dos bebês prematuros.
O médico neonatologista relata ter acompanhado a melhora de muitos bebês pequeninos e se orgulha de ter visto a evolução dessa área da medicina. “Quando a prematuridade acontece, é um momento assustador para a família, mas, com a ajuda da equipe multidisciplinar, tudo vai ficando mais tranquilo”, afirma. Esse time, que inclui médicos, enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas, trabalha incansavelmente para garantir a melhor chance de um começo saudável e seguro para esses bebês.Sensibilizar-se para as necessidades dos bebês prematuros e apoiar suas famílias são passos fundamentais para garantir que esses pequenos guerreiros tenham a oportunidade de crescer e desenvolver-se com saúde e dignidade.
Médico pediatra e neonatologista, doutor em saúde da criança e professor da Universidade Feevale.