Com a chegada do verão, a exposição ao sol se torna um tema de preocupação e interesse. Enquanto algumas pessoas fogem ao máximo dela, outras desejam ficar com o corpo bronzeado por ele. Mas afinal, há um limite de tempo em que podemos ficar sob sol?
A dermatologista Márcia Donadussi explica que, como em muitos aspectos da vida, o segredo está no equilíbrio. “A exposição solar é essencial para várias funções do corpo. Ela estimula a síntese da vitamina D, essencial para a saúde óssea, imunidade e prevenção de doenças”, ressalta. No entanto, é preciso cuidado para não ultrapassar os limites e expor a pele a danos graves.
A quantidade de sol necessária para a produção de vitamina D varia de acordo com o tom de pele, de acordo com a especialista. Pessoas de pele clara precisam de cerca de cinco minutos de exposição direta, em três dias da semana, enquanto pessoas com peles mais morenas podem demandar até 20 minutos.
“Nosso organismo é super inteligente. Com uma exposição ao sol curta e regular, conseguimos sintetizar a vitamina D de forma adequada, desde que tenhamos consumido alimentos que são precursores dessa vitamina, como peixes gordurosos, gemas de ovos e alimentos fortificados”, afirma a dermatologista.
Mesmo com a importância da exposição solar, o excesso pode trazer consequências graves, como envelhecimento precoce, manchas e aumento do risco de câncer de pele. “O câncer de pele é o mais prevalente no Brasil e está diretamente ligado à exposição solar excessiva. Por isso, prefiro orientar meus pacientes a usarem protetor solar diariamente e, em casos de deficiência de vitamina D, considerar a suplementação”, recomenda Márcia.
Para quem planeja aproveitar o verão ao ar livre, a dermatologista dá dicas importantes:
“Vale lembrar que a radiação solar indireta também causa danos. Mesmo na sombra, os raios podem ser refletidos na areia ou na água, exigindo o uso de protetor solar”, alerta a especialista.
Outro ponto importante é o cuidado com grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos. “Eles têm a pele mais sensível, então o ideal é usar protetores físicos, que oferecem maior aderência e menor risco de reações químicas, além de camisetinhas e chapéus”, orienta a dermatologista.
Além da síntese de vitamina D, a exposição ao sol traz outros benefícios importantes. A luz solar auxilia na regulação do ritmo circadiano, o “relógio biológico” que ajuda o corpo a diferenciar dia e noite, e contribui para a produção de serotonina, neurotransmissor ligado ao bom humor e à sensação de bem-estar. Estudos também indicam que a exposição controlada pode diminuir os níveis de estresse e melhorar a qualidade do sono.
“O sol traz benefícios, mas é preciso usá-lo com responsabilidade. Aproveitar o verão com proteção é a melhor forma de cuidar da pele e da saúde”, conclui Márcia Donadussi.
É fundamental evitar o sol entre 10h e 16h, quando a radiação ultravioleta é mais intensa e prejudicial. Durante atividades ao ar livre, é recomendável buscar sombra periodicamente e manter a hidratação constante, consumindo água, sucos naturais ou isotônicos.
Para quem pratica esportes ou passa muito tempo na água, há opções de protetores solares mais resistentes ao suor e à umidade. Essas medidas ajudam a garantir a proteção sem comprometer a diversão.Com informação e cuidado, é possível aproveitar o melhor que o verão tem a oferecer, mantendo a saúde da pele em dia e prevenindo riscos futuros.
Médica Dermatologista, Mestre pela PUC/RS e Especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). CRM 25402.
