A intolerância à lactose é um problema digestivo que se tornou mais conhecido nos últimos anos. Independentemente da idade ou gênero, essa condição acaba causando vários desconfortos abdominais que, muitas vezes, são ignorados. Por isso, é bom ficar atento aos primeiros sinais. A boa notícia é que o tratamento pode ser feito por meio da própria alimentação.
Muitas vezes a intolerância à lactose pode ser confundida com intolerância ao leite, mas a verdade é que lactose se refere ao açúcar encontrado no leite. E essa dificuldade do organismo para digerir a lactose acontece por causa de uma deficiência ou ausência da enzima lactase no organismo. A função da lactase é quebrar a lactose em carboidratos mais simples e, assim, facilitar a absorção.
Entre os sintomas mais comuns estão: sensação de estufamento no estômago, presença de gases, desconforto abdominal, enjoos e diarreia.
O médico gastroenterologista e especialista em endoscopia digestiva, César Al Alam Elias explica que existem três tipos de intolerância à lactose: a congênita, que é rara mas se apresenta desde o nascimento da pessoa, a intolerância desenvolvida ao longo da vida, mais comum na adolescência e na vida adulta, e a terceira está relacionada a doenças intestinais que a pessoa adquiriu ao longo da vida, que pode influenciar na redução da produção da lactase.
O médico explica que os graus da condição podem variar, de acordo com o organismo de cada pessoa. “Nem todo mundo tem o mesmo grau de intolerância porque a pessoa pode persistir com a produção de um percentual de enzima, por exemplo, segue produzindo 50% da enzima lactase no organismo, então vai tolerar um pouco, uma quantidade pequena, mas uma quantidade grande vai dar sintoma e isso é muito individual, então a gente precisa fazer esse ajuste de tratamento conforme a pessoa” detalha.
Ao perceber sintomas de desconforto abdominal depois de comer alimentos que contenham lactose como queijo, iogurte, manteiga, creme de leite, requeijão, e o próprio leite, a sugestão é procurar um médico gastroenterologista para investigar o possível diagnóstico.
O médico explica que podem ser feitos exames de sangue, que é o procedimento mais comum, ou ainda o teste respiratório e, em poucos casos, é feito um teste genético, que não detecta o sintoma, mas mede uma predisposição à doença.
Elias explica que o tratamento envolve fazer ajustes na dieta e, quando a pessoa quiser comer algo que contenha lactose, deve ingerir a enzima.
Se você for diagnosticada(o) com intolerância, fica tranquila(o) porque existem várias alternativas em relação à alimentação. “Tem basicamente três alternativas, uma é evitar o produto derivado de leite e usar outros substitutos, como produtos à base de soja, outros alimentos que pode substituir no lugar, pode utilizar produtos que são enzimados na fabricação, ou seja, os produtos que a gente encontra no mercado que são zero lactose e a terceira alternativa é suplementar a enzima antes de se alimentar, que é utilizar as lactases que tem muitas para vender no mercado, em que antes de ingerir um alimento que tenha lactose, você toma um comprimido ou dois, na dependência da quantidade do alimento.”, explica.
Então, se você apresenta sintomas de desconforto abdominal que se repetem, procure ajuda profissional. E se você já foi diagnosticado(a), já sabe que é possível conviver com essa condição fazendo adaptações na alimentação e, quando possível, usando a enzima. Assim você pode desfrutar de uma vida saudável e mais leve.
