O avanço de tecnologias e tratamentos tem transformado a rotina de quem convive com diabetes, trazendo mais praticidade e eficácia para o controle da doença. Se no passado a monitorização da glicemia era um processo que oferecia apenas dados aproximados, atualmente a tecnologia avançou para sensores de monitoramento contínuo, como o Freestyle Libre 2 Plus. Ao ser colocado na parte posterior do braço, ele permite uma leitura constante da glicose, sem necessidade de picadas no dedo.
“Com esse sistema, o paciente pode receber informações em tempo real diretamente no celular, além de configurar alarmes para hipoglicemia e hiperglicemia, o que facilita muito o controle da doença”, destaca o endocrinologista Guilherme Rollin, chefe do Serviço de Endocrinologia do Hospital Moinhos de Vento.
Assim como o monitoramento da glicose, outras áreas tiveram grande evolução nos últimos anos, proporcionando mais facilidade no controle do diabetes e qualidade de vida para quem recebeu o diagnóstico da doença.
Para pacientes com diabetes tipo 1 e alguns dos pacientes com diabetes tipo 2, a insulina é um componente fundamental do tratamento. Um medicamento que chegará no próximo ano ao Brasil, a insulina Icodec, promete facilitar a rotina dos pacientes. “A Icodec tem ação prolongada e poderá ser aplicada apenas uma vez por semana, o que representa um ganho importante em praticidade, especialmente para aqueles que precisam da aplicação diária”, explica o endocrinologista. O medicamento é uma alternativa que tende a diminuir a resistência de pacientes em iniciar o tratamento com insulina.
Além das insulinas, novas medicações para o diabetes tipo 2, como a semaglutida, mais conhecida pelo nome comercial Ozempic, têm mostrado resultados promissores. “Esses medicamentos não só ajudam no controle da glicemia, mas também auxiliam na perda de peso e na redução de complicações cardiovasculares, comuns em pacientes com diabetes tipo 2”, observa Rollin. Ele ainda reforça que essas medicações são um passo importante para tratar tanto a glicemia quanto as comorbidades frequentemente associadas à doença.
Os avanços tecnológicos e farmacêuticos no tratamento do diabetes representam um alívio e uma nova esperança para milhões de pessoas, promovendo uma rotina menos invasiva e mais eficaz para o controle da doença. Ainda assim, Rollin alerta que o sucesso do tratamento depende, em grande parte, da dedicação do paciente. “O tratamento do diabetes é uma associação de medicações, alimentação saudável e prática regular de exercícios. Sem isso, toda a tecnologia disponível não trará o controle ideal da doença”, conclui o especialista.
E mesmo neste quesito, a tecnologia pode ser uma aliada poderosa no controle e gestão do diabetes, ajudando as pessoas a adotarem um estilo de vida mais saudável e eficiente para manter os níveis de glicose sob controle.
Um exemplo são os dispositivos rastreadores de exercícios e de sono, como smartwatches e pulseiras fitness. Eles monitoram a atividade física, contagem de passos, calorias queimadas e qualidade do sono, fatores que impactam diretamente no controle do diabetes. Esses dispositivos podem ajudar os usuários a estabelecer metas realistas de exercícios e garantir uma rotina mais saudável. Além disso, com monitoramento do sono, é possível identificar problemas que possam prejudicar o controle glicêmico.
Para quem busca regrar a dieta, os aplicativos que facilitam a contagem de carboidratos e a escolha de alimentos podem ser aliados. Eles permitem escanear rótulos, registrar refeições e acompanhar o impacto da dieta nos níveis de glicose. Assim, fica mais fácil controlar as porções, tomar decisões conscientes sobre a alimentação e identificar alimentos que têm maior impacto no açúcar no sangue.
Se você convive com o diabetes, já incorporou algumas dessas tecnologias na sua rotina? Conte pra gente aqui nos comentários. Com cuidado e atenção, fica tudo bem!
Endocrinologista, chefe do serviço de Endocrinologia do Hospital Moinhos de Vento.
