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Maskne: quando o uso de máscara provoca acne

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24/11/2020
5 min. de leitura

Espinhas indesejadas têm aparecido em seu rosto durante a pandemia? É possível que o principal causador do aumento da acne seja um acessório que entrou de vez na rotina da população: as máscaras de proteção facial

Elas são responsáveis pela aparição dos pontinhos vermelhos no rosto se tornar mais comum em meio à pandemia de coronavírus. O problema, então, leva o nome de maskne. 

Por que maskne? 

Apesar de parecer, não tem nada a ver com algum tipo de máscara de tratamento, e sim com a junção das palavras máscara e acne. Embora o termo não seja novo, era pouco difundido, já que a proteção, na maioria dos países, sempre foi exclusiva de profissionais da saúde. 

“É uma nova classificação de acne, causada pelo uso da máscara. É algo super comum não só no Brasil, mas no mundo todo", explica a dermatologista Julia Ribar.  

E como acontece?

Ela completa: "A máscara fecha nosso rosto, gerando um ambiente mais úmido e quente. Isso provoca um atrito, deixando nosso folículo piloso entupido. Por isso, há maior produção de sebo, inflamação e infecção, com consequente surgimento de acne”.  

Quando o maskne aparece, não indica disfunção hormonal, e sim, o que se chama de acne mecânica – ou seja, causada por um estímulo externo, vindo do atrito.  

Maskne: Acne causada pelo uso de máscara.

Como identificar a maskne? 

Para saber se a acne é causada pelo uso de máscara, observe se cravos e espinhas estão concentrados, principalmente, na região que fica coberta pela proteção – região das bochechas, queixo, mandíbula e nariz – e se a textura, a sensibilidade e a oleosidade da pele tiveram modificações, especialmente nesses locais.  Se esses sintomas foram identificados… bingo! É maskne. 

Como tratar a maskne? 

Se está acontecendo com você, saiba que há como driblar os efeitos indesejados na pele. O primeiro passo é a escolha correta do acessório para proteção contra o coronavírus. 

“Se possível, recomendo utilizar máscaras não tão fechadas. Claro, há profissionais, como os da área da saúde, que estão muito expostos, e acabam tendo que, obviamente, usar máscaras como a Pff2 e a N95. Isso é mais importante para a saúde do que a questão estética", explica Julia.  

Que tipo de máscara usar?

Ela sugere que as pessoas, no geral, optem por uma máscara cirúrgica, descartável. De preferência, máscaras de algodão ou de tecidos descartáveis. A dermato faz uma analogia com nossas roupas utilizadas no dia a dia. Ao invés do couro e de malhas sintéticas, é melhor optarmos pelo algodão, que permite maior transpiração. 

A lógica é a mesma para se proteger contra o coronavírus. “É importante evitar tecidos muito pesados nas máscaras. Quanto mais absorver, melhor”, alerta.  

Cuidados com a pele 

Além das instruções específicas para tratar a maskne, é importante adotar uma boa rotina de skincare. Isso inclui lavar o rosto duas vezes ao dia com sabonetes adequados, prescritos por dermatologista para o tratamento de maskne

“Não se tratam daqueles que usamos no banho. São produtos faciais com medicações, ácidos e ativos para se conseguir o controle de oleosidade. Muitas vezes, só com o sabonetinho já se consegue fazer um controle tão bom que a paciente não precisa nem usar medicação. É o que acontece na maioria dos casos”, explica a dermato Julia. 

Tipos de pele 

Se a maskne apareceu, dê ao seu rosto toda a atenção que ele merece! É o famoso “fazer do limão uma limonada”. A nova patologia não fica restrita a um padrão específico de pele. Ainda assim, o conhecimento sobre o seu tipo de pele vai ser importante para usar os produtos adequados a ela mesmo depois que a maskne for embora. Quer ajuda para identificar?  

  • pele normal é, geralmente, mais saudável, pouco brilhosa ou ressecada, e produz sebo em quantidade adequada. Os poros não ficam dilatados e é raro o aparecimento de acne; 
  • pele seca é mais sensível: devido à pouca oleosidade natural, ela tem um aspecto mais ressecado, áspero e com pouca luminosidade. O rosto fica sensível e avermelhado com facilidade, chegando a provocar coceira e até descamação. Nesse caso, hidratação é tudo!  
  • Na pele oleosa, a oleosidade é concentrada especialmente na “zona T” do rosto (testa, nariz e queixo). Há excesso de brilho e maior tendência ao surgimento de cravos e espinhas, especialmente nas bochechas e no nariz.  
  • No caso da pele mista, a oleosidade também se concentra na “zona T”, e há ressecamento nas outras regiões da face. Poros dilatados e acne são comuns, especialmente nas áreas oleosas.  

Já sabe o seu tipo de pele e está utilizando o acessório adequado, mas o maskne segue aparecendo? Talvez seja a hora de procurar um dermatologista, até para otimizar o tratamento. 

Ainda que a situação seja motivo de inquietação e incômodo, não considere a máscara como vilã. O cuidado é pessoal, mas os benefícios da utilização desse acessório são coletivos. 

Ao usar a máscara, além de se proteger contra o vírus que pode estar circulando à sua volta, você impede a transmissão da Covid-19, caso esteja com a doença e ainda não saiba. As espinhas vão desaparecer e você vai continuar protegida. 

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