O termômetro em declínio faz com que as crenças sobre como o inverno afeta as crianças voltem a circular entre os pais e cuidadores. “Seca o cabelo!” e “não anda descalço!” são alguns dos conselhos herdados das avós e repetidos por anos a fio. Por mais que a intenção delas sempre tenha sido a melhor, nem todas orientações estão corretas. Há mitos e verdades sobre o inverno. No intuito de proteger os pequenos, pode-se reproduzir práticas que não são eficazes para a saúde e o bem-estar.
“Muitas vezes, as ‘crendices de vó’ têm fundamento no cuidado e no conforto das crianças, mas não servem exatamente para evitar as doenças respiratórias. O importante mesmo é que os pais estejam bem orientados e que mantenham em dia as vacinas, como a da gripe. Também é preciso evitar o contato das crianças com pessoas doentes sem privá-las da brincadeira e da diversão”, explica a pediatra Antonia Pardo Chagas.
Conversamos com a pediatra para descobrir o que é verdade e o que é mito nas afirmações que os pais costumam levar ao pé da letra na estação mais fria. Será que você já ouviu ou repetiu pelo menos uma delas?
Veja a seguir:
A chegada do frio dá início também à época das infecções respiratórias. Isso ocorre devido a vários fatores, principalmente pela proliferação dos vírus causadores de gripes e resfriados. E quanto mais pessoas se contagiam, mais o vírus circula entre a população, incluindo bebês e crianças. Contribui, para isso, que no inverno os pequenos passam mais tempo em ambientes fechados, com menos circulação de ar, o que facilita a propagação dos vírus.
Você provavelmente já escutou - ou até mesmo repetiu para o seu filho - que ele irá se resfriar por andar de pés descalços pela casa. Na verdade, as crianças não adoecem por andarem descalças, e sim por estar em contato com outras pessoas que estão resfriadas. Contato com gotinhas de saliva, não lavar corretamente as mãos ou espirrar perto das crianças são alguns dos fatores que as fazem contagiar-se com infecções respiratórias como gripes e resfriados. Ainda assim, é bom manter os pequenos de meias e, se possível, dentro de pantufas, para que se sintam mais quentinhos.
Como já vimos, os vírus transmissores das gripes e dos resfriados nada tem a ver com o cabelo úmido. Secar o cabelo da criança é importante para fazê-la se sentir mais confortável. Mas, se ela já tiver tido contato com estes vírus, isso não irá fazer com que melhore. É semelhante ao temor de muitos pais de que as crianças brinquem sem agasalho na hora do recreio: o perigo não está no pátio da escola a baixas temperaturas, e sim na sala de aula fechada onde se concentram muitas crianças, pois algumas delas podem estar infectadas com o vírus da gripe e transmiti-lo aos coleguinhas tossir ou espirrar.
Nos dias de frio, é melhor vestir os pequenos com várias camadas de roupas do que com um único casaco, ainda que com textura mais grossa e quente. Assim, se a criança sentir calor, poderá tirar uma peça. Se estiver com apenas um casaco grosso por cima da camiseta, ainda que de manga comprida, sentirá frio quando o retirar. É importante lembrar que as crianças se aquecem mais facilmente do que os adultos, já que brincam e se movimentam mais.
A laranja é rica em vitamina C, aliada do sistema imunológico das crianças e dos adultos. Mas atenção: ainda assim, não pode recair sobre ela a responsabilidade de garantir as defesas do organismo. Tomar suco de laranja é saudável e faz bem à saúde, assim como o consumo das frutas da estação, mas é importante manter a alimentação equilibrada das crianças todos os dias.
Conta pra gente: você também já escutou alguma destas crenças ou orientou seu filho com base nelas? Convidamos a ler mais sobre o cuidado com as crianças no inverno na matéria da Revista Panvel de junho. A edição está disponível em todas as filiais e nos nossos canais digitais. Além de conteúdos sobre bem-estar e saúde, a revista tem ofertas e cupons exclusivos. Boa leitura!
