A fraqueza pós-covid está associada a uma série de complicações que podem se desenvolver em pacientes que tiveram a doença causada pelo novo coronavírus.
Essas enfermidades ocorrem de maneira isolada ou sobreposta, e tendem a surgir após quatro semanas a partir da infecção do paciente.
Entre os possíveis efeitos adversos estão dificuldades cardiorrespiratórias, fraqueza muscular e sensação de esgotamento físico. Isso é o que causa a fadiga — uma forma crônica de cansaço, quando a pessoa se sente cansada o tempo todo.
A fraqueza pós-covid é um dos possíveis sintomas conectados à chamada síndrome pós-covid, doença que apresenta distintas sequelas em diferentes sistemas corpóreos. O nome científico para esta disfunção, que causa dificuldade para realizar tarefas simples do dia a dia, é miopatia esquelética.
A revista científica Nature publicou, em 2021, duas pesquisas que reúnem dados sobre doenças persistentes que ocorrem em ex-pacientes da covid-19 semanas após a infecção.
O primeiro desses estudos, publicado em março de 2021, traz uma série de definições e recomendações para o diagnóstico e tratamento dessas enfermidades da síndrome pós-covid.
O artigo mais recente, de agosto de 2021, revisa outros periódicos sobre as sequelas desta doença. A lista completa soma mais de 50 efeitos negativos de longo prazo decorrentes das complicações com o vírus.
Pelo que já foi investigado, uma das causas desta fraqueza é o fato de o coronavírus, ao entrar no organismo, alterar a estrutura das células.
“A enzima ECA2 funciona como receptor na membrana celular e serve como porta de entrada para o Sars-Cov-2, ou seja, a proteína S [spike ou espícula] do vírus reconhece e se liga diretamente ao receptor ECA2”, explicou a pesquisadora Edilamar Menezes de Oliveira em reportagem do Jornal da USP.
A enzima ECA2 está ligada ao balanceamento do Sistema Renina Angiotensina (SRA). É esse sistema que regula algumas funções fundamentais do organismo humano, tais como a pressão arterial, o equilíbrio hídrico e os níveis de sódio.
O que ocorre é que a proteína spike (a coroa do vírus, por assim dizer) se liga às células de nosso corpo por meio da enzima ECA2 e assim nos infecta. É essa “conexão” que danifica nossas células, causando efeitos em cascata em diferentes órgãos.
“A miopatia esquelética que afeta os músculos do tórax pode contribuir para a insuficiência ventilatória, além da oxigenação devido à pneumonia por Sars-Cov-2. O aumento da expressão dessa molécula (ECA2) em pacientes pode influenciar na gravidade da doença”, diz Oliveira.
De acordo com a pesquisa realizada por Edilamar Menezes de Oliveira, órgãos como coração, vasos sanguíneos e músculos são afetados pelo desequilíbrio da enzima ECA2. Isso ajuda a compreender por que há sequelas ligadas aos sistemas cardiovascular, hematológico e renal.
Assim, alguns problemas que podem surgir semanas depois da infecção com o coronavírus são:
Pessoas que desenvolveram a covid-19 podem ter sequelas no sistema cardiovascular, que vão desde fibrose (cicatrizes) miocárdica até diferentes quadros de taquicardia. Esse desequilíbrio gera efeitos adversos na circulação, comprometendo o sistema vascular.
Dentre os diferentes aspectos negativos associados à síndrome pós-covid, da qual a fraqueza é apenas mais um sintoma, está o desarranjo no sistema sanguíneo.
Isso implica, inclusive, em risco de funcionamento inadequado do processo de coagulação, trazendo o risco de trombose.
Os rins estão entre os órgãos mais afetados por complicações de longo prazo oriundas da covid-19. O que a pesquisa da Nature aponta é que 5% de todos pacientes hospitalizados desenvolverão a chamada Lesão Renal Aguda.
Esse número salta para até 31% quando se trata de pacientes que desenvolveram a forma grave da covid-19.
O exercício físico é o melhor tratamento contra a fraqueza pós-covid. Tudo isso está ligado ao fato de que a atividade física é capaz de restaurar o bom funcionamento da enzima ECA2 e, com isso, reequilibrar o funcionamento do organismo. Portanto, tem cura.
“O que o exercício físico faz, sobretudo a atividade aeróbica, é resgatar essa funcionalidade”, explica Oliveira, que há dez anos pesquisa a relação entre exercícios e a enzima ECA2.
Evidentemente, há outras formas de tratamento, incluindo administração de fármacos, por exemplo. É papel do médico avaliar as causas e qual o melhor tratamento para a fraqueza pós-covid.
Conhecer alguns sintomas e possíveis causas desta indisposição pode ser um aliado na hora de procurar ajuda profissional. O acompanhamento clínico e por exames é fundamental para identificar quais são e como se comportam os sintomas da síndrome pós-covid.
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Como faço exercício se não tenho condições nem de andar direito
Oi, Elga! Tudo bem? Sempre recomendamos uma orientação médica antes da realização de exercícios físicos, consulte um especialista para maiores informações! 🙂
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