Com a receita em mãos, você já descobriu, ao chegar na Panvel, que o tratamento seria mais acessível do que o previsto? Isso é possível graças aos medicamentos genéricos, elaborados com as mesmas características dos medicamentos de referência. Em alguns casos, porém, a surpresa com a alternativa mais em conta pode ser acompanhada de receio sobre a sua eficácia.
Mesmo com esses produtos fazendo parte da realidade brasileira desde 1999, quando foi implementada a Lei dos Genéricos, algumas pessoas ainda podem ficar em dúvida ao escolher sobre qual deles adquirir. Se é o seu caso, leia a matéria para entender por que o preço dos genéricos é menor e por que eles são confiáveis.
Os medicamentos genéricos são fabricados para serem iguais a um medicamento de marca. Isso significa que eles têm a mesma quantidade de princípio ativo e seguem as mesmas normas de segurança e qualidade dos medicamentos de referência. Em outras palavras: os genéricos funcionam da mesma maneira e proporcionam o benefício clínico semelhante ao de sua versão convencional.
"Em termos de qualidade e eficácia, eles são tão confiáveis quanto os medicamentos de marca. O detentor de registro do medicamento genérico comprovou perante a Anvisa que o produto tem o mesmo efeito terapêutico esperado em relação ao medicamento de marca com o qual foi comparado", explica a presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul, Letícia Raupp.
Ainda assim, o produto genérico, o similar e o de referência podem ser fabricados por laboratórios diferentes. Por isso, embora seguindo mesmas normas e utilizando o mesmo princípio ativo, pode haver alguma diferença no processo interno de fabricação, acondicionamento ou distribuição, dependendo do laboratório e sua cadeia de fornecedores. Algumas empresas fabricantes podem ser vistas com mais ou menos confiança pelo consumidor, havendo liberdade de escolha.
Mas por que então, a diferença no preço pode ser significativa? Ao desenvolver um medicamento, as empresas têm um custo altíssimo para viabilizar os estudos clínicos que demonstrem a eficácia do produto. De acordo com Letícia, a opção genérica estará disponível somente após a exclusividade do medicamento de referência acabar. E justamente por isso o valor é menor: os fabricantes não precisam realizar todas as pesquisas necessárias para desenvolver uma fórmula inovadora, pois ela já estará pronta.
"Além do preço geralmente mais vantajoso ao consumidor, a prescrição pelo nome genérico possibilita?? ao farmacêutico a substituição do medicamento por outro medicamento de igual efeito terapêutico esperado em relação ao de referência. Somente o farmacêutico pode realizar a intercambialidade desses medicamentos", explica Letícia.
Não é só no seu bolso que os genéricos fazem a diferença. A chegada destes produtos é importante também em larga escala, para tornar a ciência acessível ao maior número possível de pessoas. Saiba por que os medicamentos genéricos são importantes:
Além dos medicamentos de referência e dos genéricos, as farmácias também oferecem a opção dos medicamentos similares. A fórmula do similar tem o mesmo princípio ativo que o seu medicamento de referência. Ele se diferencia do medicamento de referência por ter prazo de validade, embalagem, rotulagem, tamanho ou forma diferentes. O medicamento similar pode substituir o de referência, sempre que sua equivalência for comprovada por testes laboratoriais.
Se mesmo depois dessa explicação, você ainda tiver dúvidas sobre qual medicamento usar para dar início ao seu tratamento, consulte o farmacêutico. "Ele é o responsável técnico pelo estabelecimento de saúde e tem autonomia e conhecimento para fazer a intercambialidade quando combinado e autorizado pelo cliente", explica a presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul.
Você também pode consultar neste link a lista da Anvisa com a relação de medicamentos de referência e os respectivos genéricos registrados.