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Outubro Rosa cada vez mais forte, mas exames precisam ser feitos o ano todo

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26/10/2022
4 min. de leitura

No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente no público feminino, em todas as regiões, com taxas mais altas no Sul e Sudeste. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), para 2022 são estimados 66.280 novos casos da doença, o que significa uma taxa de incidência de 43,74 ocorrências a cada 100 mil mulheres. No Rio Grande do Sul este índice é de 42,95 e, em Porto Alegre, as taxas chegam a expressivos 81,82 casos. Para reverter este cenário global, na década de 1990 foi criado o Outubro Rosa, um movimento internacional de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama.

No país, a causa é defendida há quase 30 anos pelo Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (IMAMA) e, desde 2006, pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA), ambas presididas de forma voluntária pela Dra. Maira Caleffi, chefe do Núcleo Mama do Hospital Moinhos de Vento. Segundo ela, as ações ligadas ao Outubro Rosa têm crescido, impressionantemente, por todo o país. Tanto no interior, quanto em cidades maiores.

Diagnóstico precoce

“Junto com a campanha, temos visto que há uma busca por palestras, conferências e seminários que podem estar atrelados, inclusive, a atividades educativas. Então, mais do que iluminar prédios, estamos vendo que a grande maioria das empresas assume este papel educacional, fazendo com que o Outubro Rosa tenha ações de conscientização para o diagnóstico precoce”, avalia.

Aumento no número de mamografias

“Além de um maior engajamento, percebemos que as pessoas realmente se tocam (para analisar as mamas) e procuram por atendimento médico. A cada dia de outubro, o número de mamografias aumenta, exponencialmente, e queremos que as pessoas façam os exames que não fizeram durante os dois anos de pandemia de COVID-19, por medo de sair de casa. Queremos resgatar os índices de 2019, quando o número de casos descobertos em estágios iniciais era cada vez maior”, compara a médica.

A importância dos exames, não só em outubro

“Mas o que importa é que esta procura não seja só no mês de outubro, até para não haver picos de demanda e nenhuma frustração por parte de quem não conseguir o acesso agora", recomenda a Dra. Maira. “Então, as campanhas, sim, funcionam e os responsáveis por elas são os grupos de pacientes que fomentam isso. Eles se planejam seis meses antes para ver qual será o mote e quais as informações que serão repassadas. E isso pode ser verificado nas últimas três edições, com as três perguntas que salvam”, observa a especialista, explicando que o tema está em sintonia com o diagnóstico precoce e a educação da população. Este é o terceiro ano dessa série.

Perguntas que salvam

           Neste ano de 2022, FEMAMA e IMAMA seguiram com o conceito das três perguntas que conscientizam, alertam e salvam, que são as seguintes:

  1. Sabia que descobrir antes aumenta as chances de cura?
  2. Você conhece os tratamentos para cada tipo de câncer?
  3. Você conhece os avanços da ciência contra o câncer de mama?

Existe solução

Conforme a chefe do Núcleo Mama do Hospital Moinhos de Vento, o importante é que existe solução para o câncer de mama. “As pessoas têm que chegar antes, por isso falamos sobre a importância do diagnóstico precoce na primeira pergunta da campanha deste ano”, salienta. Quando diagnosticado e tratado na fase inicial, as chances de cura do câncer de mama chegam a até 95%.

Cada caso é um caso

“O segundo questionamento traz algo mais atual, relacionado à mudança de cultura, pois cada pessoa tem um tipo de câncer e um tipo de tratamento, mesmo sendo, por exemplo, um câncer de mama. Então, na Oncologia atual não usamos mais um “tamanho único” para o tratamento dos nódulos malignos. Assim, as chances de cura aumentam muito quando a gente tem o benefício de uma medicina mais personalizada, não só em termos do identificarmos o tipo do tumor e seu tratamento específico, mas também com mais cuidado e carinho, onde o paciente está no centro da atenção, levando em consideração suas questões pessoais. Além disso, para termos um melhor resultado e mais casos curados usamos muita tecnologia diagnóstica para tratar cada tipo de câncer de mama”, enaltece.

Tenha coragem e diga adeus a velhos pensamentos

“Já a terceira pergunta fala dos avanços da ciência, pois acho que as pessoas ainda têm medo e há muito tabu. Pensam que toda a quimioterapia é endovenosa (que se aplica nas veias) e todo o tratamento do câncer passa por ficar careca ou mutilada. E não é mais assim. Tem muita novidade em radioterapia, no tratamento e também nas cirurgias, cada vez mais conservadoras tanto na mama quanto na axila, com chances de cura iguais ou ainda maiores do que antes”, adianta, com muito otimismo, a Dra. Maira Caleffi.

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