A malária é uma doença infecciosa grave, causada por parasitas do gênero Plasmodium e transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles. Apesar de muitas vezes associada a países africanos, a malária continua sendo um importante problema de saúde pública no Brasil, especialmente na região amazônica.
A apresentação clínica da malária pode variar bastante. Segundo a professora Marina Rodrigues da Silva, do curso de Medicina da Universidade Feevale, os sintomas vão “de quadros leves a severos”. Entre os sinais mais comuns estão febre, calafrios, dor de cabeça, dores musculares (mialgia) e uma sensação geral de mal-estar. “Esses sintomas costumam aparecer de forma intermitente, correspondendo ao ciclo de vida do parasita que causa a doença”, explica a professora.
Em alguns casos, podem surgir manifestações menos comuns, como náuseas, vômitos, diarreia, fadiga, dores nas articulações e dor abdominal. Já os quadros graves exigem atenção imediata, pois podem evoluir para complicações como insuficiência renal ou respiratória, confusão mental, convulsões, coma e até mesmo óbito. Marina ressalta que o quadro clínico pode depender de fatores como “idade, imunidade do paciente e exposição prévia à malária”.
Sim, e é preciso estar atento. “A malária é motivo de preocupação significativa no Brasil, especialmente na região amazônica, onde ocorrem a maioria dos casos”, afirma a professora. Embora a doença esteja concentrada principalmente nessa área, há riscos em outras regiões do país devido à movimentação de pessoas oriundas de locais endêmicos e à presença do mosquito transmissor em áreas não endêmicas. Isso torna possível a ocorrência de casos importados e, consequentemente, o atraso no diagnóstico e tratamento.
O tratamento da malária é eficaz, desde que iniciado precocemente. Ele consiste no uso de medicamentos que atuam em diferentes fases do ciclo do parasita. “São usadas medicações diferentes para tratar a fase aguda da infecção, destruir as formas latentes evitando as recaídas e interromper a transmissão”, esclarece Marina.
Esses medicamentos fazem parte de um programa estratégico do Ministério da Saúde e são distribuídos diretamente aos estados, ou seja, não estão disponíveis comercialmente. O acesso ao tratamento gratuito é essencial para controlar e reduzir os casos da doença no país.
A prevenção é fundamental, especialmente para quem vai viajar para áreas endêmicas, como a região amazônica. A professora destaca que “é recomendada a quimioprofilaxia com medicações que devem ser iniciadas 1 a 2 dias antes da viagem”. Essa medida ajuda a evitar o desenvolvimento da doença mesmo que haja contato com o parasita.
Além disso, é importante adotar ações para evitar picadas de mosquitos, como o uso de repelentes, roupas de manga longa e redes mosquiteiras impregnadas com inseticida. Marina alerta: “É importante que os viajantes consultem um especialista antes da partida para receber orientações específicas e garantir que as medidas de prevenção sejam adequadamente implementadas”.
Embora tratável e prevenível, a malária ainda representa um risco real no Brasil. A informação correta, o diagnóstico precoce e as medidas de prevenção são essenciais para evitar complicações. Ao planejar uma viagem para regiões onde a doença é endêmica, procure orientação médica com antecedência e fique atento aos sintomas após o retorno.