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Doenças crônicas: passada a pandemia, é momento de retomar exames e tratamentos

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No momento em que a pandemia da Covid-19 aparenta se encaminhar para uma estabilização, é tempo de colocar exames em dia e retomar o tratamento para pacientes com doenças crônicas cujo acompanhamento foi prejudicado durante o isolamento social.

Caracterizadas pela longa duração, as doenças crônicas atingem pessoas de todas as idades e costumam ser o resultado da combinação de fatores genéticos, fisiológicos e ambientais. Elas podem ser doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas (bronquite, asma, rinite), hipertensão, câncer, diabetes e doenças metabólicas como a obesidade e o diabetes.

Em meio à pandemia, foram muitos os fatores que levaram as doenças crônicas a serem deixadas temporariamente em segundo plano.

O médico Sergio Brodt, chefe do Serviço de Medicina Interna do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, destaca que muitos pacientes com doenças crônicas evitaram sair de casa para consultar, devido ao receio de se contaminar no deslocamento ou até acessar as instituições hospitalares. "Isso impediu que eles fizessem reavaliações de rotina durante a pandemia. Os que seguiram tomando os remédios regularmente e fazendo vídeo consultas conseguiram manter uma certa estabilidade. Muitos dos que deixaram de consultar tiveram problemas adicionais na sua doença.", explica o médico.

De acordo com Brodt, as áreas mais preocupantes são as de pacientes hematológicos e oncológicos e pacientes com doenças degenerativas. São pacientes para os quais o medo de acessar o sistema de saúde pode ter provocado recidiva da doença, atraso no tratamento e até complicações mais sérias, principalmente para quem tinha potencial risco de evolução para um quadro mais grave.

"Os pacientes oncológicos, pneumopatas graves, cardiopatas graves, diabéticos, pacientes com sintomas de complicação em casa, tipo dor no peito e início de AVC demoraram muito para ter coragem de sair de casa e consultar. Muitas vezes, chegaram já no hospital numa fase mais avançada da doença e com piores desfechos, pois estavam com receio de buscar atendimento especializado", afirma o médico.

Por isso, o momento é de colocar exames e tratamento em dia. Veja as orientações do especialista para pacientes com doenças crônicas:

  • Complete todas as doses da vacinação, de acordo com a sua faixa etária
  • Mantenha o calendário vacinal em dia para todas as vacinas
  • Mantenha as consultas regulares com seu médico
  • Procurem as equipes e hospitais de referência para atualizar as terapias que possam estar suspensas temporariamente
  • Continue tomando os medicamentos e tendo acesso ao controle crônico da doença
  • Se perceber que não está bem, procure atendimento médico

"Agora, com a vacinação, o medo de sair de casa já está bem menor. Acredito que daqui para a frente, exceto se surgirem novas cepas, esse problema vai se diluir e as coisas vão voltar ao normal em breve", acredita Brodt.

Apesar disso, ele faz um alerta para quem convive com alguma doença crônica e fatores de risco: é preciso lembrar que a pandemia não terminou. "Não se sinta envergonhado de usar máscara e de manter o distanciamento social mesmo em lugares que estejam liberados. Se o shopping center não está cobrando máscara, vá de máscara mesmo assim. Se tem algum jantar, e o restaurante estiver lotado, não entre", recomenda.

Por isso, o momento é de continuar com o protocolo de cuidados rigorosos especialmente para as pessoas que têm doenças crônicas e fazem terapias imunossupressoras. Uso de máscara e distanciamento social continuam sendo importantes, mas lembre-se que é importante manter o cuidado com a sua saúde, visitas aos seu médico regularmente deve ser mantida, e, se não puder, a telemedicina já está a sua disposição.

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Este conteúdo foi produzido com o apoio técnico e revisão de Dr. Sergio Fernando, Chefe do Serviço de Medicina Interna do Hospital Moinhos de Vento (CRM-RS 20152).

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