No momento em que grande parte da população flexibilizou as medidas de proteção contra a Covid-19, uma nova onda do vírus no Brasil chama a atenção para a importância de continuar adotando o protocolo de prevenção ao vírus e completar a imunização com todas as doses de reforço disponíveis.
O salto no número de casos na China, no final de 2022, acendeu um alerta para o possível surgimento de novas formas do vírus. Responsável pela elevação de casos na China, Europa e Estados Unidos, a subvariante BQ.1, originada da variante Ômicron, preocupa também os brasileiros.
A BQ.1 provocou um aumento no número de internações e mortes, como explica o médico infectologista Paulo Ernesto Gewehr Filho, supervisor do Núcleo de Vacinas do Hospital Moinhos de Vento (HMV). "Ela apresenta mutações adicionais à ômicron, que conferem maior transmissibilidade, sendo a variante dominante no momento”, alerta o especialista.
No Brasil, o Ministério da Saúde contabiliza 281.302 casos em acompanhamento em 24 de janeiro de 2023. Os casos acumulados somam 36.751.410 desde 27 de março de 2020.
Os sintomas da subvariante BQ.1 são semelhantes às variantes anteriores:
Apesar dos sintomas semelhantes, a nova subvariante é mais contagiosa. Um dos motivos é o afrouxamento nos protocolos sanitários recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como o uso de máscara, higienização frequente das mãos e distanciamento social. A recomendação é que essas medidas sejam mantidas pela população.
Além disso, percebemos que há uma baixa procura pela testagem (para confirmar ou não a presença do vírus no organismo) e as pessoas com sintomas deixaram de fazer o isolamento ou quarentena recomendados, o que faz com que a BQ.1 transite muito mais. Os dados epidemiológicos ainda confirmam que muitas pessoas não fizeram os reforços vacinais necessários, assim o vírus vai ficar circulando durante um bom tempo”, avalia o infectologista do HMV.
A dica da Panvel para você ficar bem é realizar o autoteste Covid-19 caso sinta qualquer um dos sintomas. Em 15 minutos, é possível detectar se o vírus está ou não no organismo e tomar as medidas necessárias a partir desta informação.
A criação de uma nova estratégia de vacinação contra a Covid-19 é uma das prioridades do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). As ações devem ser divulgadas pelo órgão nas próximas semanas. A indicação é de que haverá uma quinta dose de reforço para toda a população caso essa seja a orientação dos órgãos científicos de referência.
Até o momento, muitos Estados têm disponibilizado a quinta dose da vacina contra a covid-19 apenas para pessoas com mais de 40 anos e pessoas com 18 anos a 39 anos que apresentam alguma comorbidade.
Gewehr destaca que a imunização continua fundamental, por mais que não tenha sido desenhada a nova subvariante do vírus, pois ela protege o paciente de desenvolver uma doença mais grave.
“O risco de contágio neste momento é muito alto, devido a diminuição das medidas de prevenção e aumento das interações sociais. Precisamos aumentar as taxas de vacinação e reforçar medidas de prevenção, principalmente para os grupos de maior risco", explica o infectologista.
Por isso, se você ainda não se vacinou ou não tomou todas as doses de reforço, procure o local mais próximo para completar a imunização e ficar protegido contra a Covid-19.
No final de 2022, a OMS chegou a projetar que 2023 poderia ser o último ano da pandemia de Covid-19. Isso pode ocorrer caso o vírus continue em circulação, mas sob controle, o que tem se mostrado o principal desafio para as autoridades de saúde.
Para que a projeção se concretize, é necessário o apoio da população. Por isso, vacine-se, faça o auto teste se apresentar qualquer sintoma e mantenha-se vigilante e consciente sobre as formas de evitar a doença.