Há cada vez menos pessoas dispostas a viver para o trabalho.
Um estudo da Kaspersky, feito com mais de 8 mil respondentes, apontou que 50% das pessoas desejam mudar de emprego para ter mais harmonia entre vida pessoal e profissional. Esse tipo de resultado não é tão surpreendente, visto que estamos vivendo uma pandemia de transtornos mentais no Brasil e no mundo.
E as consequências são muitas: além de sermos um país repleto de pessoas ansiosas e deprimidas, também contamos com índices muito altos de síndrome de burnout, uma doença mental diretamente relacionada ao trabalho.
Diante de um contexto como este, reflexões sobre a necessidade de ter maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional são mais do que necessárias. E é sobre isto que falamos neste artigo, vem conferir!
Em janeiro de 2022, a síndrome de burnout foi oficializada como uma condição de saúde mental relacionada ao trabalho de acordo com a 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), da OMS. Com isso, passou a integrar a categoria de doenças ocupacionais.
Isso é importante porque o transtorno começa a ganhar maior visibilidade e as empresas assumem responsabilidades e cuidados com o bem-estar e a saúde mental dos colaboradores.
Todas essas mudanças e discussões sobre qualidade de vida no trabalho estão trazendo mais consciência para as pessoas. Anos atrás, trabalhar muitas horas extras era admirável, mas, hoje, é um tipo de comportamento que gera críticas.
Além disso, as pessoas já têm muito mais clareza sobre como o esgotamento físico e mental causado pelo trabalho pode gerar consequências graves. Uma síndrome de burnout que não é tratada da maneira adequada, por exemplo, pode desencadear um quadro depressivo.
Organizar e planejar o seu dia a dia para garantir maior qualidade de vida e equilíbrio é fundamental, mas não se esqueça de que um ponto importante nessa balança é o seu tipo de trabalho.
Você empreende? É CLT? Profissional liberal?
Caso seja CLT, o ideal é trabalhar em uma empresa que, assim como você, valoriza o equilíbrio entre a vida pessoal e a carreira. Já se for empreendedor ou profissional liberal, tenha em mente que a mudança depende exclusivamente de você.
1. Crie uma rotina
É importante ter alguns horários estabelecidos, por exemplo: hora para acordar, fazer refeições, praticar exercícios e dormir.
Sabemos que imprevistos acontecem, mas é recomendado planejar pelo menos o básico para conseguir separar tempo para lazer, compromissos pessoais, vida social etc.
Nesse planejamento, uma dica é incluir pausas dentro do expediente de trabalho para espairecer e, nesses momentos, você pode até mesmo aproveitar para ler um livro ou fazer alguma outra coisa que proporcione prazer.
2. Respeite os momentos de descanso
Se já passou do horário de trabalho ou é fim de semana, respeite isso. Nada de checar mensagens, e-mails ou ler um relatório.
A sua mente precisa se desligar das responsabilidades profissionais e focar em outras atividades para voltar revigorada no momento em que realmente for necessário trabalhar. Por isso, não basta apenas ter os períodos de descanso, é preciso respeitá-los acima de tudo.
3. Aprenda a dizer “não”
Algumas pessoas enfrentam dificuldades para dizer “não” no trabalho. E, com isso, ficam todos os dias trabalhando horinhas a mais, ajudam o colega a montar uma apresentação no final de semana e por aí vai.
Ser capaz de se colocar como prioridade e dizer “não” em alguns momentos é fundamental para equilibrar vida pessoal e profissional. Esse tipo de atitude é um respeito que só você pode ter consigo mesmo.
4. Aprenda a delegar
Algumas pessoas, principalmente as lideranças, mergulham com tudo no trabalho e não conseguem estabelecer uma rotina saudável porque têm muita dificuldade para delegar tarefas.
Nesse caso, é recomendado desenvolver habilidades que ajudem a evitar o microgerenciamento e garantam maior liberdade e segurança para os liderados e para o próprio líder.
5. Cultive hobbies
Procure experimentar atividades diferentes, que despertam paixão e entusiasmo. Pintura, escrita, cerâmica, dança, jardinagem, esportes… Vale tudo!
O mais importante é fazer algo que você realmente goste para sentir que há coisas além do trabalho que você gosta de fazer. Além disso, quando você tem hobbies pelos quais realmente se interessa, isso impacta positivamente os níveis de bem-estar e a sua saúde mental.
6. Busque apoio
Se mesmo depois de aplicar todas essas (e outras) dicas, ainda assim você estiver com dificuldade para ter mais qualidade de vida, que tal procurar ajuda?
Você pode conversar com seu chefe, colegas de trabalho, sócios ou familiares. Dessa forma, é possível pensar em estratégias para tentar amenizar o desequilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Outra forma de buscar apoio é por meio da psicoterapia, pois se trata de um processo rico e profundo de autoconhecimento, que permite que você identifique padrões de comportamento e entenda como é possível administrar melhor a sua vida em todos os âmbitos.
Gostou das dicas? Comece o quanto antes a colocá-las em prática e sinta a diferença no seu dia a dia!
