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Como lidar com o estresse? Confira aqui no conteúdo dicas de especialista

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23/09/2022
4 min. de leitura

Dados da “International Stress Management Association no Brasil” (Isma-BR) apontam que 72% da população sofrem de alguma sequela de estresse, em diferentes níveis. Destes, quase um terço ou 32% têm a Síndrome de Burnout (considerada a Síndrome do Esgotamento Profissional). Há indicativos de que estes índices tenham atingido patamares ainda mais altos, com a pandemia de Covid-19. Isolamento social, medo, incertezas, angústias, depressão. Tudo pode ter contribuído para o aumento de casos. Mas como revertê-los?

Já que o Dia Mundial de Combate ao Estresse é celebrado em 23 de setembro, nada melhor do que levantar formas de enfrentá-lo. Assim, a Dra. Márcia Surdo Pereira, médica do Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento, traz soluções práticas e viáveis para contribuir com a saúde mental da comunidade. Segundo a especialista, vários fatores podem ter atingido milhões de pessoas no mundo, neste período de pandemia, acarretando a exaustão física e mental, o que pode ter levado ao estresse emocional.

“Stress” ou estresse?

Primeiro, é importante falar sobre o que significa estresse. A expressão deriva da palavra de origem inglesa “stress”. Significa “pressão, tensão ou insistência”. De acordo com a médica, o estresse é uma reação exacerbada do organismo cujos componentes podem ser psicológicos, físicos, hormonais e ambientais. Esta reação ocorre quando surge a necessidade de adaptação a acontecimentos na vida”, observa.

Quais são as principais causas do estresse?

“Como todo o fenômeno complexo, o estresse é provavelmente heterogêneo e multicausal. Nossa cultura ocidental é de cobrança, por desempenho e performance. Há muito, já ouvíamos falar de ‘workaholic’, ‘burnout’, etc. Ou seja, estamos em uma sociedade de ganhadores versus perdedores, somos imediatistas, perfeccionistas, e existe baixa tolerância à frustração, com exigência de resultados positivos a demandas excessivas”, contextualiza a médica. “Assim, esta é uma questão muito individual. Por exemplo, o nascimento de um filho ou cuidar de um familiar doente ou até (se preparar para) a formatura, podem ser períodos de forte estresse.”

Quais são as queixas mais comuns entre os pacientes?

Conforme a Dra. Márcia Surdo Pereira, não existem critérios diagnósticos específicos para o estresse. Contudo, as características clínicas são muito próximas a de um quadro de depressão ansiosa, com aumento da irritabilidade, alteração no padrão do sono e impaciência. Também podem surgir desconfortos físicos, como gastrite e dor de cabeça. “Quanto maior a exigência e a tentativa de controlar o ambiente, maior a frustração e a chance de apresentar-se estressado”, reflete.

E como lidar com o estresse?

A psiquiatra do Moinhos garante que o melhor, sempre, é prevenir o estresse. “O ideal é tentar lidar com as situações adversas com algum otimismo e como uma oportunidade de aprendizagem. Incluir na sua vida um período de lazer e descanso”, recomenda. Desta forma, é possível evitar entrar em colapso; o que é possível na maioria dos casos.

Quais são os cuidados e recomendações?

Aqui, a lista é grande. A Dra. Márcia sugere atenção àqueles indivíduos excessivamente empáticos, idealistas, ou que possuem pensamentos muito rígidos e valores antigos; que não se adaptam à realidade atual. “Também é preciso evitar expectativas impossíveis de serem preenchidas, contornar a inabilidade de perdoar e esquecer o passado, e deixar de lado o perfeccionismo, a insegurança e o egoísmo. Tudo isto pode levar a reações emocionais exacerbadas e gerar o estresse”, estima a especialista.

Existem tratamentos ou medicações que podem auxiliar?  

Buscar ajuda profissional especializada e engajar-se em um processo psicoterapêutico será sempre uma oportunidade para auxiliar a desenvolver habilidades para lidar com situações de insatisfação e estresse. “São as chamadas estratégias de enfrentamento e para o autoconhecimento”, enfatiza.

E quais são os sinais de alerta?

“Quando a pessoa está a maior parte do tempo preocupada, cansada, ou faz referência a sentimentos de impotência, desmotivação ou irritabilidade. Quando está com descrédito da própria habilidade - e dos outros - de resolver os desafios que surgem”, adverte.

“Relax, baby”

Então, é preciso combater o estresse, o quanto antes. Entre as recomendações, podem ser citadas iniciativas como relaxar e fazer atividades prazerosas com maior frequência. “Isto ajuda a manter o bom-humor e a cultivar alegrias. Adotar uma alimentação variada e saudável, praticar atividade física regularmente, dormir o suficiente, meditar, respirar corretamente, cultivar hobbies, tocar um instrumento e participar de atividades que levem ao autoconhecimento também pode contribuir”, sugere. “Além disso, precisamos aprender a conversar e pedir ajuda a amigos e à família”, ressalta a médica.

Fonte: Márcia Surdo Pereira (CREMERS 19379/RQE 12032), é médica psiquiatra do Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento.

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