Blog Bem Panvel

Existe alergia de pele por estresse?

Por 
 | 
28/02/2023
3 min. de leitura

Você percebe manchas avermelhadas na pele, inchaço ou coceira, quando está muito estressado? E atribui estes sintomas a problemas relacionados ao seu esgotamento mental? Mas será que existe alergia por estresse? Quem esclarece o tema é o Dr. Renan Augusto Pereira, médico Alergista e Imunologista do Núcleo de Alergia e Imunologia do Hospital Moinhos de Vento. Confira, abaixo, uma entrevista completa com o especialista e tire todas as suas dúvidas sobre o assunto:

Muitas pessoas percebem uma piora nas suas alergias de pele quando estão passando por um momento de estresse ou ansiedade. Há relação entre ambas?

Dr. Renan Augusto Pereira: Isto vai depender de QUAL alergia estamos falando. Existem algumas doenças de pele que não têm relação nenhuma com o estresse, como a Dermatite de Contato. Outras, como a Urticária Crônica Espontânea e a Dermatite Atópica, podem PIORAR em períodos de maior estresse. Mas cuidado: o estado psicológico ou a patologia psiquiátrica não é a CAUSA destas enfermidades: é apenas MAIS UM fator que piora as crises, especialmente se o tratamento não estiver sendo feito adequadamente.

Então, significa que é preciso tratar destas doenças alérgicas com terapia ou medicamentos para depressão e ansiedade, por exemplo?

Dr. Renan Pereira: Uma avaliação psicológica é sempre válida nestes casos. Estes tratamentos são extremamente importantes para a manutenção multidisciplinar destas doenças. Sabemos que a COCEIRA no corpo é um dos sintomas que mais afeta o sono, o rendimento na escola e no trabalho, além do convívio social e afetivo, causando ansiedade, depressão e, em casos graves, até mesmo suicídio. Por isso, além de otimizar e tratar a doença de pele, precisamos tratar também todas as consequências psicológicas que elas trazem, e melhorar a qualidade de vida do paciente, como um todo.

Como diferenciar e diagnosticar estas alergias de pele?

Dr. Renan Pereira: Tudo começa com uma consulta médica, onde será realizada uma entrevista bem detalhada com o paciente e um exame físico completo. Já tratei indivíduos que achavam que tinham qualquer alergia psicológica e, na verdade, estavam com uma doença completamente diferente. Em certos casos, vamos necessitar de alguns testes para novos diagnósticos, como exames de sangue, de imagem, testes alérgicos na pele ou, até mesmo, uma biópsia cutânea.

O que pode ajudar o paciente? A melhora do estilo de vida, como a prática de exercícios físicos e a adoção de uma alimentação saudável, contribui com o tratamento?

Dr. Renan Pereira: Quando falamos em doenças crônicas de pele, sabemos que, raramente, um tratamento ISOLADO vai funcionar. É preciso uma combinação de fatores para a melhora do paciente: como tratamentos tópicos de uso contínuo e, para a crise, tratamentos sistêmicos (orais ou injetáveis), educação sobre a doença e, também, uma avaliação consciente sobre os fatores que funcionam como gatilhos para o aparecimento dos sintomas, bem como a escolha por um estilo de vida saudável.

Ou seja, um corpo que se alimenta bem, que descansa adequadamente e que não é sedentário funciona melhor em todos os aspectos, inclusive, em relação ao desenvolvimento de possíveis inflamações cutâneas.

Qual é a dica para quem está sofrendo com alguma alergia cutânea?

Dr. Renan Pereira: A dica é para que procure ajuda de um profissional capacitado e atencioso. O médico, seja um alergista, um dermatologista, um pediatra ou um clínico geral, precisa ouvir as suas queixas, examiná-lo adequadamente e se comprometer a ajudá-lo.

É importante lembrar que estas doenças crônicas de pele são complexas, e, em muitos casos, leva algum tempo para uma melhora satisfatória. Entretanto, sempre há vários caminhos que podem ser trilhados na Medicina. E o ideal é ter um acompanhamento médico regular e contínuo.

Compartilhe
Conheça mais sobre Equipe Panvel.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

menu